Quem somos, da onde viemos, por que estamos aqui e pra onde vamos são perguntas básicas existenciais nas quais se fundamentam as religiões e a filosofia. Nos primórdios, em cada parte do mundo se especulava sobre isto e como não tinha internet, cada grupo tirou suas conclusões sobre a origem de tudo e teorizaram de forma diferente. Isso tudo a sabe lá Deus quantos mil anos atrás. Até aqui tudo bem, compreensível. Acho válido pensar que a terra é uma panqueca e o fim do mundo é um precipício no firmamento.
Hoje até parece que vivemos no "futuro". Muitas daquelas parafernálias estilo "Jetsons" e "De Volta para o Futuro" hoje existem ou existem coisas similares, como por exemplo aquelas esteiras rolantes em aeroportos e estações, vídeo-conferencias domésticas e etc. Ainda bem que os carros não voam, mas eu gostaria muito mesmo de um Skate daqueles flutuantes do J.Fox.
Atualmente as pessoas em geral são mais bem informadas. Todo esse rush tecnológico e consumista serviu como um estimulo muito forte para as pessoas se desenvolverem. A comunicação também quebrou fronteiras de forma impressionante. Na minha época de aborrecente, por exemplo, se você quisesse ser um cara informado sobre a indústria fonográfica da gringa, bandas novas, tendências e tal, você era obrigado no mínimo a frequentar a galeria do rock, ou ter amigos que frequentassem, porque eramos todos aborrecentes de crasse média ralézenta e ninguém do meu circulo social viajava pra gringa, muito menos eu.
Tudo que se recebia de informação era pela lente da MTV ou num boca a boca mais privilegiado. O pessoal do interior então, vixe! Pirava quando vinha pra São Paulo.
Hoje provavelmente o interior é mais avançado que a capital, por que tem o mesmo acesso a informação só que com menos problemas sociais do que aqui. Hoje em dia, o nordestino não vem pra sum paulo no lombo do jumento pra assentar tijolo. O nordestino vem de avião ouvindo um som no seu iphone pra ocupar um cargo de programador, radialista e outras coisas mais sofisticadas. Quem veio pra ser operário em meados da metade do século passado hoje tem filhos e netos formados também.
Então voltando um pouco ao tema da postagem. O ser humano de hoje é - obviamente - mais intelectual do que 50 anos atrás. Existem cada vez menos motivos para ser um troglodita. Cada vez mais o dialogo supera qualquer agressão, ofensa e diferenças. As minorias ganham respeito pela coerência de seus ideais, elas ganham voz. O opressor é um panaca que ainda existe para cada diferença, mas ele já não tem e nem transmite tanta confiança em seus preconceitos. Até o "bullying" ganhou um nome e é visto como um problema social... na minha época a culpa era do nerd que deixava os outros tirarem sarro e baterem nele. O oprimido ficava lá no chinelo mesmo.
Isso tudo eu vejo como sinais claros de evolução. Não existe motivo para coisas como estas. Racismo, segregação, descriminação pela classe social... pela merda do time de futebol... enfim. A vida é tão curta pra se preocupar com essas coisas rasas. Se um cristão falar que um budista vai pro inferno por que ele busca Deus no interior, esse cara além de estúpido é um péssimo cristão. Muitos Cristãos que eu conheço se "acham" os donos da razão e tem certeza que serão salvos por que aceitaram Jesus como seu salvador, como se fosse este o único requisito... "Eu humilho, roubo, sodomizo mas vou na igreja pegar meu ticket perdão."
Muita gente se aceita como pecador e acha que esta é a natureza do homem, então to salvo por que sou assim por natureza, Deus vai entender e Jesus vai passar um pano. Nesse aspecto eu gosto mais das religiões budistas que objetivam o desenvolvimento da mente e do corpo sem ter uma figura de "Deus" propriamente dito, e sim de uma alma universal que nos abrange. O que na minha opinião é uma forma diferente de discursar a mesma coisa.
Esta "'ótica" que eu proponho aqui, diz que não existem diferenças fundamentais entre as religiões, de certa forma somos todos irmãos de fé pois Deus uníssono ou fragmentado, é o criador e a criação. Então Dharma, o Paraíso, ou voltar como uma outra pessoa ou outra forma de vida são teorias plausíveis, que descobriremos no fim da vida. Talvez seja feito conforme a nossa vontade ou crença, ou talvez nada exista de verdade.
Não espere por promessas, desenvolva a sensibilidade e a compaixão. Não espere o céu, tente fazer dessa bagunça de mundo um lugar melhor e sua vida após a morte será ótima de qualquer forma. Mesmo que a terra te consuma e tudo se acabe. Pelo menos você realizou alguma coisa boa e fez algumas pessoas felizes... Deve ser muito ruim morrer sabendo que você é uma peça prescindível, desprezível e insignificante.
Não seja pele morta, seja Carne Viva!
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